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segunda-feira, 2 de março de 2015

Pilates acrobático - Você conhece os riscos?

O Pilates acrobático está cada vez mais presente nos estúdios de todo o mundo e tem sua origem nos movimentos desenvolvidos pelo criador do Método Pilates, Joseph Humbert Pilates. É uma modalidade que está sob a influência da arte circense, com a qual Joseph teve contato, quando jovem. Essa modalidade tem como principais características: padrões com menor base de apoio, suspensão e exercícios assimétricos de grande amplitude de movimento. Essa característica de suspensão gera o que chamamos de movimento flutuante, marca do Pilates acrobático.
Os exercícios possuem três pontos importante em sua execução - a beleza, o desafio e o risco. Essa tríade é geradora de padrões que motivam os adeptos do método, contudo, não existe, muitas vezes, a percepção dos riscos.
A beleza é notória, visível e extremamente convincente. Ou seja, ao praticar o Pilates acrobático, o aluno busca realizar o exercício de forma perfeita, a fim de exibir sua beleza. Contudo, esses exercícios são avançados e requer força máxima e consequentemente, recrutamento neuromuscular submáximo. Apesar da execução exibir uma fluidez e leveza, quem o vê não tem a percepção do grau do esforço global para realização desse padrão, por ser extremamente belo e leve, o que aumenta assim, os risco para um aluno básico.
São padrões indicados para alunos avançados e sob a supervisão do instrutor durante toda a execução do movimento e não apenas na posição final do movimento. A beleza dessa modalidade está na projeção dos membros inferiores e superiores para longe do centro, com isso, gerando movimentos com grande amplitude de movimento.
O desafio, a professora diz de forma categórica, que a modalidade é desafiadora devido à pequena base de apoio, com execuções sem gerar sobrecarga em estruturas essenciais, como a coluna cervical. Durante toda a execução, o desafio é manter o centro em atividade, ou seja, os músculos estabilizadores, em especial os grandes estabilizadores, transverso do abdômen, os multífidos e glúteo máximo em isometria para estabilizar o compartimento lombo pélvico e as articulações sacro ilíacas durante os movimentos.
O desafio ainda é controlar a respiração durante padrões tão complexos. Durante as grandes alavancas, deve-se manter a expiração forçada para potencializar a ação do transverso do abdômen. Então o desafio da modalidade fica por conta da estabilidade lombo-pélvica e a manutenção da sobrecarga do tronco na cintura escapular e nunca na cervical durante exercícios que requerem apoio na cabeça o que exige extensão máxima da cervical.
Os riscos sempre aparecem em maior proporção, quando os exercícios são executados sem a supervisão de um professor. Os exercícios acrobáticos são padrões que não podem ser feitos simplesmente realizados olhando uma foto, eles precisam de supervisão, para serem executados sem risco. A profa Eliane Coutinho alerta que, sem a devida supervisão, é possível ocorrer lesões sérias, como contusões, distensões, fraturas e até tetraplegia transitória, durante os exercícios de suspensão, por quedas do equipamento.
As lesões geralmente ocorrem por força insuficiente, e podem causar lesões irreversíveis, por isso deve-se ter extremo cuidado ao realizá-los, visto que muitos exercícios ficam com a cabeça projetada para baixo, ou seja, no momento de uma queda, a primeira parte que sofre o choque é a cabeça e em segunda a coluna cervical.
É necessário que, em todos os exercícios de suspensão ou de flexão máxima de tronco, o aluno tenha força muscular suficiente para realizar todo o padrão. Não basta gerar força para fazer um repetição; é preciso ter força e resistência para realizar todo o movimento e suas repetições, do início ao fim. A força e a resistência não sendo suficientes para toda a sequência, é a prova cabal de que o sistema neuromuscular do aluno, não encontra-se pronto para esse nível de exercício.

O riscos também ocorrem quando o professor não está capacitado técnica e metodologicamente para ensinar ao aluno a modalidade. Não basta a ele, conseguir executar o padrão: ele deve explicar, passo a passo, como realizar; onde deverá ser a concentração de força; como será o controle e a velocidade desse padrão.

fonte: Prof Dr Eliane Coutinho- fisiociencias

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