O Pilates acrobático está cada vez mais presente nos estúdios de
todo o mundo e tem sua origem nos movimentos
desenvolvidos pelo criador do Método Pilates, Joseph Humbert Pilates. É uma
modalidade que está sob a influência da arte circense, com a qual Joseph teve
contato, quando jovem. Essa modalidade tem como principais características:
padrões com menor base de apoio, suspensão e exercícios assimétricos de grande
amplitude de movimento. Essa característica de suspensão gera o que chamamos de
movimento flutuante, marca do Pilates acrobático.
Os exercícios possuem três
pontos importante em sua execução - a beleza, o desafio e o risco. Essa tríade
é geradora de padrões que motivam os adeptos do método, contudo, não existe,
muitas vezes, a percepção dos riscos.
A beleza é notória, visível
e extremamente convincente. Ou seja, ao praticar o Pilates acrobático, o aluno
busca realizar o exercício de forma perfeita, a fim de exibir sua beleza.
Contudo, esses exercícios são avançados e requer força máxima e
consequentemente, recrutamento neuromuscular submáximo. Apesar da execução
exibir uma fluidez e leveza, quem o vê não tem a percepção do grau do esforço
global para realização desse padrão, por ser extremamente belo e leve, o que
aumenta assim, os risco para um aluno básico.
São padrões indicados para
alunos avançados e sob a supervisão do instrutor durante toda a execução do
movimento e não apenas na posição final do movimento. A beleza dessa modalidade
está na projeção dos membros inferiores e superiores para longe do centro, com
isso, gerando movimentos com grande amplitude de movimento.
O desafio, a professora diz
de forma categórica, que a modalidade é desafiadora devido à pequena base de
apoio, com execuções sem gerar sobrecarga em estruturas essenciais, como a
coluna cervical. Durante toda a execução, o desafio é manter o centro em
atividade, ou seja, os músculos estabilizadores, em especial os grandes
estabilizadores, transverso do abdômen, os multífidos e glúteo máximo em
isometria para estabilizar o compartimento lombo pélvico e as articulações
sacro ilíacas durante os movimentos.
O desafio ainda é controlar
a respiração durante padrões tão complexos. Durante as grandes alavancas,
deve-se manter a expiração forçada para potencializar a ação do transverso do
abdômen. Então o desafio da modalidade fica por conta da estabilidade
lombo-pélvica e a manutenção da sobrecarga do tronco na cintura escapular e
nunca na cervical durante exercícios que requerem apoio na cabeça o que exige
extensão máxima da cervical.
Os riscos sempre aparecem
em maior proporção, quando os exercícios são executados sem a supervisão de um
professor. Os exercícios acrobáticos são padrões que não podem ser feitos
simplesmente realizados olhando uma foto, eles precisam de supervisão, para
serem executados sem risco. A profa Eliane Coutinho alerta que, sem a devida
supervisão, é possível ocorrer lesões sérias, como contusões, distensões,
fraturas e até tetraplegia transitória, durante os exercícios de suspensão, por
quedas do equipamento.
As lesões geralmente
ocorrem por força insuficiente, e podem causar lesões irreversíveis, por isso
deve-se ter extremo cuidado ao realizá-los, visto que muitos exercícios ficam
com a cabeça projetada para baixo, ou seja, no momento de uma queda, a primeira
parte que sofre o choque é a cabeça e em segunda a coluna cervical.
É necessário que, em todos
os exercícios de suspensão ou de flexão máxima de tronco, o aluno tenha força
muscular suficiente para realizar todo o padrão. Não basta gerar força para
fazer um repetição; é preciso ter força e resistência para realizar todo o
movimento e suas repetições, do início ao fim. A força e a resistência não
sendo suficientes para toda a sequência, é a prova cabal de que o sistema
neuromuscular do aluno, não encontra-se pronto para esse nível de exercício.
O riscos também ocorrem
quando o professor não está capacitado técnica e metodologicamente para ensinar
ao aluno a modalidade. Não basta a ele, conseguir executar o padrão: ele deve
explicar, passo a passo, como realizar; onde deverá ser a concentração de
força; como será o controle e a velocidade desse padrão.
fonte: Prof Dr Eliane Coutinho- fisiociencias
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